Explicação Bíblica
Versículo 26: Texto do versículo 26 de mateus 26.
{"titulo_principal_e_texto_biblico":{"titulo":"Mateus 26:26 — A instituição da Eucaristia","texto":"Enquanto comiam, tomou Jesus o pão, e, abençoando-o, partiu-o e deu-o aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo."},"contexto_detalhado":{"introducao":"O versículo descreve o ato de Jesus durante a ceia pascal que inaugura a compreensão cristã do pão como seu corpo, núcleo da liturgia e da teologia sacramental.","contexto_literario_do_livro":"Mateus apresenta Jesus como Messias e cumprimento das Escrituras; este relato integra o discurso final e a narrativa da Paixão, servindo de clímax sacramental antes da prisão.","contexto_historico_do_livro":"Escrito num ambiente judeu-cristão pós-destruição do Templo (c. 70 d.C. debatedores situam entre 60–90 d.C.), Mateus enfrenta questões de identidade e prática litúrgica entre convertidos do judaísmo e gentios.","contexto_cultural_do_livro":"A ceia pascal é rito central judaico; Jesus reinterpreta elementos culturais (pão e cálice) à luz de sua missão messiânica e sofrimento iminente.","contexto_geografico_do_livro":"A narrativa ocorre em Jerusalém, cidade do culto e do Templo, palco simbólico da tensão entre tradição judaica e o novo acontecimento em Cristo.","contexto_teologico_do_livro":"Mateus articula o Reino, cumprimento das promessas, justiça ética e autoridade de Jesus; a instituição da ceia confirma sua autoridade sacramental e substituição tipológica do sistema cultual antigo.","contexto_literario_da_passagem":"Inserida na última ceia, entre o anúncio da traição e orações de Jesus, a cena serve como rito fundante que conecta morte, aliança e comunidade.","contexto_historico_da_passagem":"A última ceia situa-se durante a Páscoa judaica; cristãos primitivos reinterpretaram a Páscoa à luz da morte e ressurreição de Jesus como novo êxodo.","contexto_cultural_da_passagem":"Partilhar pão simboliza comunhão e hospitalidade; a ação de abençoar e partir é familiar no judaísmo, redimensionada por Jesus como gesto sacramental.","contexto_geografico_da_passagem":"Realizada em um cenáculo em Jerusalém; a cidade confere à cena dimensão de cumprimento profético e legal-religiosa.","contexto_teologico_da_passagem_anterior":"Os versos anteriores falam da preparação da ceia e do anúncio da traição, colocando a instituição do pão em contexto de entrega e sacrifício voluntário.","contexto_teologico_da_passagem_posterior":"Os versos subsequentes anunciam o cálice e a promessa do Reino, conectando pão e vinho à nova aliança e ao propósito redentor de Jesus.","genero_literario":"Narrativa de paixão com elemento sancionador/cerimonial que funda um rito e contém significado teológico e comunitário.","autor_e_data":"Tradicionalmente atribuído a Mateus, um discípulo; provável composição entre 60–90 d.C. por uma comunidade que conhecia tradições orais e escritas.","audiencia_original":"Comunidade cristã em transição entre práticas judaicas e gentílicas, preocupada com identidade messiânica e prática litúrgica.","proposito_principal":"Mostrar que a morte de Jesus cumpre o propósito redentor e inaugura uma nova aliança expressa liturgicamente na ceia.","estrutura_e_esboco":"Contexto preparatório (anúncio), instituição do pão (v.26), instituição do cálice (v.27), implicações e instruções para a comunidade.","palavras_chave_e_temas":"Pão, abençoar, partir, corpo, tomar/comer; temas de aliança, sacrifício, presença e comunhão."},"analise_exegenetica":{"introducao":"Exegese concentra-se no verbo central e no sentido sacramental de 'isto é o meu corpo', considerando léxico grego, sintaxe e paralelos sinóticos.","analises":[{"verso":"Mateus 26:26","analise":"Verbos: 'tome' (analambano), 'abençoando' (eulogeo), 'partiu' (klasma/diamerizo) e 'deu' (didomi) marcam ação litúrgica. A frase 'isto é o meu corpo' (houtos estin to soma mou) pode expressar identidade real ou representativa; contexto pascal e paralelos (Marcos, Lucas, 1 Coríntios 11) apoiam leitura sacramental de presença e memória."}]},"teologia_da_passagem":{"introducao":"A passagem funda doutrinas da real presença, memorial e nova aliança, articulando cristologia e escatologia.","doutrinas":["Cristologia: unidade entre ação salvadora de Cristo e seu corpo ofrecido.","Eclesiologia/sacramental: instituição da ceia como meio de graça e expressão de comunhão.","Soteriologia/aliança: morte vicária que inaugura a nova aliança lembrada e celebrada liturgicamente."]},"temas_principais":{"introducao":"Temas centrais relacionam memória, sacrifício e comunidade.","temas":[{"tema":"Memorial e recordação","descricao":"A ceia convida a lembrar a morte redentora de Cristo como evento que dá sentido à fé comunitária."},{"tema":"Presença e ofrenda","descricao":"O pão identificado ao corpo aponta para a presença real de Jesus e sua entrega como oferta sacrificial."},{"tema":"Comunhão e aliança","descricao":"Partilhar o pão sela a nova aliança e manifesta a unidade da comunidade no corpo de Cristo."}]},"explicacao_do_versiculo":{"introducao":"Análise do sentido profundo, atenção ao idioma original e implicações teológicas.","significado_profundo":"O gesto e as palavras instituem um rito que traduz a oblação de Jesus em ação sacramental, convocando a comunidade a compartilhar sua morte e missão.","contexto_original":"Dito durante a Páscoa judaica, Jesus reinterpreta o pão pascal como sinal de seu corpo entregue, deslocando o eixo da memória do êxodo para a redenção em sua pessoa.","palavras_chave":["Pão","Abençoando (eulogeo)","Isto é o meu corpo"],"interpretacao_teologica":"Teologicamente, o versículo sustenta tanto leituras de presença real (teologias sacramentais) quanto leituras memorialistas; todas convergem na centralidade da entrega de Cristo e na formação da comunidade como corpo unido por sua morte e promessa."},"personagens_principais":{"introducao":"Os personagens aparecem de modo funcional à ação sacramental.","personagens":[{"nome":"Jesus","descricao":"Ação sacerdotal e messiânica: ele abençoa, parte e dá, identificando-se com o pão oferecido."},{"nome":"Discípulos","descricao":"Recipientes do gesto que são convocados a participar, tornar-se comunidade e preservar a memória."}]},"aplicacao_contemporanea":{"introducao":"Implicações práticas tocam culto, ética comunitária e espiritualidade pessoal.","pontos_aplicacao":["Celebrar a Ceia com reverência reconhecendo nela a presença e memória de Cristo.","Viver comunhão prática: o pão partilhado exige unidade, serviço e cuidado mútuo."],"perguntas_reflexao":["Como minha participação na Ceia reflete compreensão da presença e do sacrifício de Cristo?","De que modo o gesto de partilhar o pão me convoca a solidariedade concreta na comunidade?"]},"referencias_cruzadas":{"introducao":"Textos paralelos e ecológicos que iluminam o sentido da instituição.","referencias":[{"passagem":"Marcos 14:22","explicacao":"Relato sinótico quase idêntico que corrobora a ação litúrgica e a linguagem de identificação do pão com o corpo."},{"passagem":"1 Coríntios 11:23-26","explicacao":"Tradição paulina precoce que fornece base para compreensão memorial e ética da ceia."},{"passagem":"Lucas 22:19","explicacao":"Variante literária que enfatiza o 'fazer isto em memória de mim', destacando função memorial e comunitária."}]},"simbologia_biblica":{"introducao":"Símbolos centrais remetem à presença, sustento e sacrifício.","simbolos":[{"simbolo":"Pão","significado":"Corpo de Cristo, sustento espiritual e unidade da comunidade."},{"simbolo":"Partir","significado":"Entrega sacrificial e distribuição da graça entre os membros."}]},"interprete_luz_de_cristo":{"introducao":"Leitura cristocêntrica enfatiza o caráter redentor e formador da Ceia.","conexao":"Cristo como centro: o ato do pão aponta para sua entrega vicária, convoca à fé e configura a igreja como seu corpo em missão e comunhão."}}