Explicação Bíblica
Versículo 15: Texto do versículo 15 de Mateus 15.
{"titulo_principal_e_texto_biblico":{"titulo":"Mateus 15:15 — Pedido de explicação de Simão Pedro","texto":"Respondeu-lhe Simão Pedro: Explica-nos essa parábola. (Mateus 15:15, versão em português brasileiro)"},"contexto_detalhado":{"introducao":"O versículo registra a demanda dos discípulos por clareza após Jesus ensinar sobre o que contamina o homem, contrastando tradições humanas e verdade divina. É um ponto de transição entre ensino público e esclarecimento privado entre Mestre e discípulos.","contexto_literario_do_livro":"O Evangelho segundo Mateus organiza episódios de ensino de Jesus ligando sua autoridade messiânica à interpretação da Lei; capítulos 13–16 alternam parábolas, disputas e instruções para os discípulos. Mateus frequentemente mostra os discípulos como interlocutores que pedem explicações ao Mestre.","contexto_historico_do_livro":"Escrito por volta de 70–90 d.C., destinado a cristãos de origem judaica e gentílica, Mateus reafirma Jesus como cumprimento da Lei e dos Profetas em contexto pós-Templo. Os debates sobre tradições e pureza refletem controvérsias judaicas do primeiro século.","contexto_cultural_do_livro":"A cultura judaica do período valorizava tradição oral, halakhah e distinções de pureza alimentar; o ensino de Jesus desafia interpretações que colocavam tradições humanas acima do mandamento divino. Entender honra, impureza e autoridade rabínica ajuda a captar o choque do discurso.","contexto_geografico_do_livro":"O ministério descrito passa por Galileia, terra natal de muitos discípulos, mas aqui o episódio ocorre junto a multidões e depois em diálogo mais íntimo com os discípulos. A geografia reflete movimentos entre espaços públicos e privados onde Jesus instrui.","contexto_teologico_do_livro":"Mateus enfatiza Jesus como novo intérprete da Lei, inaugurador do Reino e autoridade sobre tradição e pureza; o evangelho tece cumprimento profético com ética do Reino. A questão da verdadeira pureza aponta para transformação do coração, não apenas observância externa.","contexto_literario_da_passagem":"Mateus 15:1–20 confronta tradições dos fariseus e ensina que o coração, não rituais externos, torna o homem impuro; o versículo 15 introduz pedido explícito de interpretação por parte dos discípulos. Serve como ponte entre ensino público (v.1–14) e explicação privada (v.16–20).","contexto_historico_da_passagem":"Reflete controvérsia histórico-religiosa sobre tradição oral versus autoridade escrita, e práticas de pureza que marcaram o judaísmo do Segundo Templo. Os discípulos, formados nessa cultura, frequentemente precisam de orientação sistemática para assimilar a crítica de Jesus às tradições.","contexto_cultural_da_passagem":"Pedir explicação a um mestre era prática comum na cultura rabínica; o pedido de Pedro mostra postura discípular e expectativa de ensino mais claro. Revela também que multidões entendem diferentemente do círculo íntimo dos discípulos.","contexto_geografico_da_passagem":"Embora sem detalhe topográfico no verso, a cena situa-se na região de Galileia/perto de distritos onde Jesus ensinava a multidões, alternando entre espaços públicos e casas dos discípulos. Esse cenário facilita transição para diálogo privado.","contexto_teologico_da_passagem_anterior":"A passagem anterior (vv.1–14) denuncia tradições que anulam a Palavra de Deus e destaca a expulsão do demônio que ilustra autoridade de Jesus; teologicamente prepara a necessidade de esclarecimento sobre pureza interior. Mostra que a verdadeira obediência brota do coração renovado.","contexto_teologico_da_passagem_posterior":"Os versículos seguintes (v.16–20) explicam que as palavras provêm do coração e que aquilo que contamina sai do interior, enfatizando antropologia teológica e necessidade de mudança interior. Enquadra a ética cristã como fruto do coração transformado pelo Espírito.","genero_literario":"Narrativo-teológico com diálogo pedagógico; mistura ensino (discursos) e narrativa que apoia a interpretação das palavras de Jesus. Caracteriza-se por estrutura de pergunta-resposta própria dos evangelhos.","autor_e_data":"Tradicionalmente atribuído a Mateus, coletor de ditos e narrativas de Jesus; composição provável entre 70–90 d.C., com fontes orais e escritas. Autoria e data são sustentadas por estudos críticos como NICNT e WBC.","audiencia_original":"Comunidades cristãs mistas (judeus e gentios) que precisavam entender a autoridade de Jesus sobre a Lei e tradições humanas. O público incluía discípulos, líderes e fiéis enfrentando prática religiosa eclesial.","proposito_principal":"Demonstrar que Jesus reinterpreta a Lei, apontando para a pureza do coração em vez de observância meramente ritual. Esclarecer aos discípulos como viver a ética do Reino diante de tradições humanas.","estrutura_e_esboco":"Cena pública de controvérsia (vv.1–9), exemplo clínico (vv.10–14), pedido de explicação (v.15), explicação privada sobre origem do pecado (vv.16–20). A estrutura move do público ao privado e do externo ao interno.","palavras_chave_e_temas":"Palavras-chave: \"parábola/explicação\", \"coração\", \"pureza\"; temas: autoridade de Jesus, pureza interior e discipulado."},"analise_exegenetica":{"introducao":"A exegese do versículo foca gramática, sintaxe e uso de diálogo, situando o pedido de Pedro dentro de dinâmica mestre-discípulo. Fontes consultadas incluem comentários como NICNT e WBC e teólogos citados para perspectiva histórica e pastoral.","analises":[{"verso":"Mateus 15:15","analise":"A forma verbal grega (ἐπετίμησεν? não; aqui: ἀποκριθεὶς Πέτρος λέγει) indica resposta imediata e solicitação de esclarecimento; Pedro age como porta-voz dos discípulos pedindo interpretação da 'parábola' de Jesus. Exegeticamente revela aprendizado progressivo dos discípulos e pastoral de Jesus que frequentemente esclarece em círculos íntimos, conforme comentadores como John Stott e Craig Keener."}]},"teologia_da_passagem":{"introducao":"O versículo ilumina doutrinas sobre revelação progressiva, autoridade do mestre e natureza do discipulado. Ele situa a compreensão da verdade cristã como algo que se apreende no encontro com Cristo.","doutrinas":["Revelação e interpretação: a verdade é progressivamente explicada pelo Senhor aos seus discípulos.","Discernimento e pedagogia divina: o papel do mestre em guiar a comunidade na compreensão do Reino.","Cristologia prática: Jesus como autoridade interpretativa da Lei e da moralidade."]},"temas_principais":{"introducao":"Temas centrais revelam dinâmica pedagógica e antropológica do ensino de Jesus. Cada tema aponta para implicações teológicas e pastorais.","temas":[{"tema":"Discipulado e humildade","descricao":"O pedido de Pedro mostra reconhecimento de dependência do mestre e postura humilde necessária para aprender."},{"tema":"Autoridade de Jesus","descricao":"Busca de explicação evidencia que Jesus detém a chave hermenêutica para entender suas palavras e a Lei."},{"tema":"Comunicação progressiva da verdade","descricao":"A explicação posterior demonstra que a compreensão da revelação se dá em etapas e em contexto relacional."}]},"explicacao_do_versiculo":{"introducao":"Mateus 15:15 registra a interação pedagógica típica entre Jesus e seus discípulos, indicando uma transição do ensino público para esclarecimento privado. O versículo prepara a explicação ética sobre a origem moral do pecado.","significado_profundo":"Além do pedido literal, o versículo sublinha a necessidade de orientação autoritativa para interpretar ensinamentos que subvertem práticas religiosas estabelecidas. Mostra que a verdadeira compreensão resulta de relacionamento e ensino direto de Cristo.","contexto_original":"Num ambiente onde tradições humanas eram levadas a sério, os discípulos, formados nessa cultura, precisavam de retraimento e explicação detalhada; Jesus acostuma a esclarecer em círculo íntimo, prática refletida nos evangelhos e comentada por F.F. Bruce e R.C. Sproul.","palavras_chave":["parábola","explica","Pedro"],"interpretacao_teologica":"Teologicamente, o pedido confirma que a comunidade dos crentes deve buscar entendimento guiado por Cristo e não por tradições autônomas; revela também a pedagogia do Reino que opera por instrução relacional e progressiva, conforme observado por Lloyd-Jones e Hernandes Dias Lopes."},"personagens_principais":{"introducao":"O versículo envolve figuras centrais do ensino evangélico: Jesus, Pedro e, por extensão, os discípulos. Cada personagem oferece papel teológico e pastoral específico.","personagens":[{"nome":"Simão Pedro","descricao":"Porta-voz dos discípulos que expressa a perplexidade e o desejo de compreensão; representa a igreja aprendente e confiante."},{"nome":"Jesus","descricao":"Mestre e intérprete autorizado que irá esclarecer a natureza do que contamina o homem, mostrando sua função doutrinária e pastoral."},{"nome":"Discípulos (coletivo)","descricao":"Comunidade aprendiz que requer ensino progressivo e íntimo para assimilar a ética do Reino."}]},"aplicacao_contemporanea":{"introducao":"O versículo convida cristãos e líderes a valorizarem ensino claro e a postura humilde de quem aprende. Implica prática pastoral de explicar doutrina com cuidado e contexto.","pontos_aplicacao":["Promover espaços de ensino íntimo e catequese onde perguntas sejam bem-vindas.","Reconhecer dependência de Cristo e da comunidade para interpretar a Escritura com fidelidade.","Valorizar transformação do coração acima de meras observâncias externas."],"perguntas_reflexao":["Procuro a Cristo e a comunidade por explicação quando enfrento textos difíceis?","Minha prática religiosa enfatiza aparência externa ou transformação interior?","Como líderes podem tornar o ensino mais acessível sem diluir a verdade bíblica?"]},"referencias_cruzadas":{"introducao":"Textos paralelos e conexos ajudam a esclarecer a prática de Jesus de explicar parábolas e o tema da pureza interior. Referências selecionadas dão base intertextual.","referencias":[{"passagem":"Mateus 13:36","explicacao":"Aqui também os discípulos pedem explicação de uma parábola, evidenciando padrão de ensino privado de Jesus; útil para comparação hermenêutica."},{"passagem":"Marcos 7:17-23","explicacao":"Relato paralelo que desenvolve explicitamente como o que sai do coração contamina o homem, oferecendo contexto sinótico detalhado e lexical."},{"passagem":"Lucas 8:9","explicacao":"Registra pedido de explicação dos discípulos sobre parábolas, reforçando prática pedagógica de explicar em círculos íntimos."}]},"simbologia_biblica":{"introducao":"Símbolos presentes no versículo remetem a práticas de ensino e à postura do aprendiz. Cada símbolo carrega significado teológico e eclesial.","simbolos":[{"simbolo":"Parábola","significado":"Método pedagógico de Jesus que comunica verdades do Reino por imagens; requer interpretação para revelar sentido pleno."},{"simbolo":"Pedido de explicação","significado":"Símbolo de humildade e dependência pedagógica, indicando que a fé cristã envolve ensino comunitário e orientação."},{"simbolo":"Pedro como porta-voz","significado":"Representa a igreja em sua necessidade de clareza doutrinária e confiança na autoridade de Cristo."}]},"interprete_luz_de_cristo":{"introducao":"Interpretar à luz de Cristo significa reconhecer nele a autoridade hermenêutica e o coração do ensinamento bíblico. Toda explicação deve apontar para formação do caráter segundo o Reino.","conexao":"Mateus 15:15 nos lembra que a verdadeira interpretação cristã acontece em relação a Cristo, que não apenas transmite informação, mas transforma o coração; a hermenêutica cristocêntrica prioriza a pessoa e obra de Jesus como chave para entender a Escritura."}}