← Jo 7:7

Explicação Bíblica

{"titulo_principal_e_texto_biblico":{"titulo":"Jó 7:7","texto":"Lembre‑te de que a minha vida não passa de sopro; os meus olhos não voltarão a ver o bem."},"contexto_detalhado":{"introducao":"Jó 7:7 faz parte do discurso de Jó respondendo à pressão dos amigos e expressa sua angústia diante do sofrimento e da fragilidade humana.","contexto_literario_do_livro":"O livro de Jó é uma obra poética e sapencial que debate o problema do sofrimento justo, usando diálogos, discursos e um epílogo narrativo.","contexto_historico_do_livro":"Provavelmente composto entre o século VII e IV a.C., reflete debates teológicos pós-exílicos sobre sofrimento, justiça e providência divina.","contexto_cultural_do_livro":"Insere-se num ambiente do antigo Oriente Próximo, com sensibilidades comuns à poesia sapiencial e à teodice, dialogando com tradições israelitas e regionais.","contexto_geografico_do_livro":"A narrativa situa-se na terra de Uz, região fora do núcleo israelita, enfatizando o caráter universal do sofrimento.","contexto_teologico_do_livro":"Explora a soberania de Deus, justiça, sofrimento humano e limites do discurso humano diante da providência divina.","contexto_literario_da_passagem":"Pertence ao primeiro grande discurso de Jó (cap. 3–10), marcado por lamento, questionamento e apelo à lembrança de sua fragilidade.","contexto_historico_da_passagem":"Reflete experiências de perda e doença sem explicação retributiva, comum em situações de calamidade pessoal na antiguidade.","contexto_cultural_da_passagem":"O tema do 'sopro' como metáfora da vida aparece na sabedoria hebraica; expressa finitude reconhecida pela cultura bíblica.","contexto_geografico_da_passagem":"Ainda ambientado em Uz, sem referência direta a cidades específicas, focado no estado interior de Jó.","contexto_teologico_da_passagem_anterior":"Os discursos anteriores mostram amigos propondo uma teologia retributiva que Jó contesta, iniciando seu lamento profundo.","contexto_teologico_da_passagem_posterior":"Posteriormente Jó continua a lidar com a aparente ausência de Deus, preparando o terreno para o discurso divino nos capítulos finais.","genero_literario":"Poesia sapiencial/lamentação dramática, com linguagem metafórica e perguntas retóricas.","autor_e_data":"Autor anônimo; composição provável entre os séculos VII–IV a.C.; tradições cristãs posteriores não atribuem autor específico.","audiencia_original":"Comunidades hebraicas letradas interessadas em reflexão teológica sobre sofrimento e justiça; leitores posteriores em contexto sinagogal e eclesial.","proposito_principal":"Provocar reflexão sobre a relação entre sofrimento humano e justiça divina, e mostrar a limitação de respostas simplistas.","estrutura_e_esboco":"Discurso de lamento breve que inclui afirmação da efemeridade da vida e da perda da esperança de bem futuro.","palavras_chave_e_temas":"sopro (vida efêmera), lembrança, perda da esperança, sofrimento, finitude humana"},"analise_exegenetica":{"introducao":"Análise palavra a palavra e verso a verso focalizando vocabulário hebraico, sintaxe e implicações teológicas.","analises":[{"verso":"Jó 7:7","analise":"O hebraico 'ruach' traduzido por 'sopro' indica vida frágil e transitória; 'lembra‑te' é um apelo retórico a Deus ou interlocutor para reconhecer a condição humana; 'os meus olhos não voltarão a ver o bem' expressa desesperança contínua."}]},"teologia_da_passagem":{"introducao":"A passagem articula doutrinas sobre a condição humana, providência divina e o drama do sofrimento não explicado.","doutrinas":["Antropologia: a vida humana é frágil e dependente, comparada a sopro.","Providência e mistério: Deus é lembrado como aquele perante quem a vida é transitória, sem respostas fáceis.","Teodice e esperança: há tensão entre fé e desesperança quando o bem parece ausente."]},"temas_principais":{"introducao":"Temas centrais ressaltam fragilidade, lembrança divina e perda de expectativa de bem.","temas":[{"tema":"Fragilidade da vida","descricao":"A metáfora do sopro sublinha a transitoriedade e vulnerabilidade humana diante de Deus."},{"tema":"Desespero e perda de esperança","descricao":"Jó expõe a sensação de que o bem não retornará, refletindo profunda angústia espiritual."},{"tema":"Apelo à lembrança divina","descricao":"O pedido para que Deus 'lembre' aponta tanto para busca de vindicação quanto para reconhecimento da condição humana."}]},"explicacao_do_versiculo":{"introducao":"Exegese detalhada focada no sentido imediato, contexto histórico e implicações teológicas.","significado_profundo":"Jó declara que a vida é efêmera e que sua expectativa de bem foi frustrada, revelando a experiência humana de vulnerabilidade e angústia diante de sofrimento aparentemente injusto.","contexto_original":"No contexto do diálogo, Jó responde às explicações dos amigos com lamento pessoal; o versículo reflete sua experiência concreta de dor e a percepção de abandono ou silêncio divino.","palavras_chave":["sopro","lembrar","ver o bem"],"interpretacao_teologica":"Teologicamente, o verso conserva tensão entre reconhecimento da soberania divina e a reclamação humana; serve como convite à humildade antropológica e à confiança que persiste mesmo no questionamento, como indicado por intérpretes clássicos (Lloyd‑Jones, Stott) que encaram o lamento como expressão legítima de fé em meio ao mistério."},"personagens_principais":{"introducao":"Personagens relevantes direta e indiretamente para o versículo.","personagens":[{"nome":"Jó","descricao":"Sofredor e narrador do lamento; expressa angústia, consciência da finitude e busca por resposta divina."},{"nome":"Deus (implícito)","descricao":"Figura à qual Jó dirige seu apelo; é lembrado quanto à fragilidade humana e soberania sobre a vida."}]},"aplicacao_contemporanea":{"introducao":"Aplicações práticas para vida pessoal, comunitária e pastoral hoje.","pontos_aplicacao":["Reconhecer a fragilidade humana e praticar compaixão pastoral diante do sofrimento.","Permitir que lamentações honestas sejam expressão legítima de fé e caminho para diálogo com Deus.","Evitar respostas teológicas simplistas que culpabilizam o sofredor; cultivar escuta e presença."],"perguntas_reflexao":["Como reagimos pastoralmente quando alguém expressa desesperança como Jó?","Em que sentido reconhecemos a vida como 'sopro' sem cair em niilismo?"]},"referencias_cruzadas":{"introducao":"Passagens correlatas que iluminam temas de efemeridade, lamento e esperança.","referencias":[{"passagem":"Salmos 39:5","explicacao":"Também usa a imagem do sopro para indicar a brevidade da vida e inspira reflexão semelhante sobre finitude."},{"passagem":"Salmos 102:3-4","explicacao":"Lamento do salmista que, como Jó, descreve angústia corporal e perda de esperança, oferecendo paralelo litúrgico."},{"passagem":"Eclesiastes 1:2","explicacao":"Reflete sobre vaidade e efemeridade da vida, afinando a perspectiva sapiencial sobre transitoriedade."}]},"simbologia_biblica":{"introducao":"Símbolos e imagens usados no versículo e seus significados teológicos.","simbolos":[{"simbolo":"Sopro","significado":"Representa a vulnerabilidade, a vida transitória e a dependência total da ação divina."},{"simbolo":"Ver o bem","significado":"Expressa esperança de restauração, prosperidade ou presença de bênção que se faz ausente na dor."}]},"interprete_luz_de_cristo":{"introducao":"Leitura cristológica que situa o lamento de Jó à luz de Cristo e da esperança cristã.","conexao":"O sofrimento de Jó aponta para a condição humana que Cristo assumiu; na cruz, o silêncio aparenta de Deus é confrontado e redenção traz esperança que transcende a desesperança de Jó."}}