Jo 16:16

AMP

Explicação Bíblica

Versículo 16: Texto do versículo 16 de jo 16.
{"titulo_principal_e_texto_biblico":{"titulo":"Jó 16:16 — Lamento do Justo Sofredor","texto":"Jó 16:16 (ARC): «Pois ele me feriu, e me fez queixar; ele me arrebata de novo, e me multiplica as feridas; massacrou o meu rosto, e me deixou sem força.»"},"contexto_detalhado":{"introducao":"O versículo faz parte do discurso de Jó no ciclo de diálogos entre ele e seus amigos, expressando dor e sensação de abandono diante do sofrimento inexplicável.","contexto_literario_do_livro":"Jó é poesia sapencial inserida entre um prólogo e epílogo em prosa, focalizando o problema do sofrimento dos justos e a busca por justiça divina.","contexto_historico_do_livro":"A composição é debatida; trechos datam possivelmente do primeiro milênio a.C., refletindo tradições de sabedoria do antigo Oriente Próximo.","contexto_cultural_do_livro":"O livro dialoga com práticas de retribuição e teologia de aliança presentes na cultura israelita, onde sofrimento frequentemente se entendia como punição.","contexto_geografico_do_livro":"A narrativa está situada fora de Israel em Uz, região tradicionalmente associada ao mundo semítico oriental.","contexto_teologico_do_livro":"Aborda a soberania divina, o problema do mal, a justiça retributiva e a dignidade do sofrimento humano diante de Deus.","contexto_literario_da_passagem":"O versículo integra o segundo discurso de Jó (cap. 16–17), marcado por queixa direta contra Deus e rejeição das explicações dos amigos.","contexto_historico_da_passagem":"Reflete uma visão pessoal e experiencial de sofrimento, sem pretensão de solução sistemática; diálogo próprio da sabedoria reflexiva antiga.","contexto_cultural_da_passagem":"Jó usa linguagem corporal e metáforas de afronta pública, reconhecidas culturalmente como expressão de desonra e humilhação.","contexto_geografico_da_passagem":"A imagem de ser «massacrado no rosto» remete a humilhação pública que poderia ocorrer em assembleias tribais no contexto semítico.","contexto_teologico_da_passagem_anterior":"Nos versículos anteriores Jó acusa seus amigos de violentarem a verdade divina e declara a sua inocência, preparando a acusação contra Deus.","contexto_teologico_da_passagem_posterior":"Segue a apelação de Jó por um mediador e juízo justo, articulando expectativa de restauração ou resposta divina.","genero_literario":"Poesia sapiencial e lamúria dramática, com imagens metafóricas e paralelismo hebraico.","autor_e_data":"Autor desconhecido; tradição moderna sugere composição final no primeiro milênio a.C.; autoria não atribuída a uma única figura.","audiencia_original":"Comunidade sábia israelita e leitores instruídos familiarizados com debates sobre sofrimento e justiça divina.","proposito_principal":"Confrontar leituras simplistas do sofrimento e convidar à reflexão teológica sobre inocência, sofrimento e a presença de Deus.","estrutura_e_esboco":"Dentro do ciclo de diálogos: Jó responde aos amigos com queixa e apela à justiça divina; capítulo 16 é uma transição para apelo pessoal.","palavras_chave_e_temas":"Sofrimento, queixa, humilhação, ferida, justiça divina, abandono, apelo por mediador."},"analise_exegenetica":{"introducao":"Análise versículo a versículo com atenção ao hebraico, metaforização e intenções retóricas de Jó.","analises":[{"verso":"«Pois ele me feriu, e me fez queixar»","analise":"O verbo hebraico golêa/נָשַׁךְ (variações textuais) transmite ferir que provoca clamor; a queixa é tanto física quanto litúrgica, indicando dor que obriga a lamentação pública."},{"verso":"«ele me arrebata de novo, e me multiplica as feridas»","analise":"A repetição reforça a ideia de sofrimento contínuo e progressivo; a linguagem sugere ciclicidade da aflição, não ação única, enfatizando desamparo."},{"verso":"«massacrou o meu rosto, e me deixou sem força»","analise":"Massacrar o rosto implica desonra pública; a perda de força indica esgotamento físico e moral, legitimando a procura por um mediador e justiça."}]},"teologia_da_passagem":{"introducao":"Trecho que desafia teologias de retribuição simples e abre espaço para teologia do sofrimento e da dignidade humana perante Deus.","doutrinas":["Soberania e permissividade divina diante do sofrimento humano.","A insuficiência da teologia retributiva para explicar o sofrimento dos justos.","A necessidade de um mediador e de esperança em restauração final."]},"temas_principais":{"introducao":"Temas centrais emergem da queixa de Jó e de seu questionamento da ordem teológica convencional.","temas":[{"tema":"Sofrimento pessoal","descricao":"O sofrimento é vivido como ataque repetido que não cabe apenas em explicações morais simplistas."},{"tema":"Desonra pública","descricao":"A imagem do rosto ferido indica humilhação social além da aflição física."},{"tema":"Busca por justiça","descricao":"A queixa prepara o terreno para a exigência de um mediador e de julgamento divino justo."}]},"explicacao_do_versiculo":{"introducao":"Análise aprofundada do significado, termos-chave e implicações teológicas do versículo.","significado_profundo":"Jó expressa que seu sofrimento é infligido por Deus ou permitido por Ele, com efeitos que atingem corpo, honra e vigor, questionando a justiça conhecida.","contexto_original":"No diálogo sapiencial, a fala denuncia tanto a dor física quanto a sensação de traição teológica, pois a experiência pessoal contradiz a teologia retributiva dos interlocutores.","palavras_chave":["feriu","queixar","massacrou o rosto"],"interpretacao_teologica":"O versículo aponta para uma teologia que reconhece sofrimento inexplicável; autores como F.F. Bruce e John Stott enfatizam que Jó mantém fé crítica, enquanto LLoyd-Jones nota a importância da honestidade diante de Deus; a passagem requer humildade teológica e abertura para um mediador."},"personagens_principais":{"introducao":"Identificação das vozes e sujeitos no versículo.","personagens":[{"nome":"Jó","descricao":"Sofredor inocente que lamenta e questiona, articulando dor física e desonra social."},{"nome":"Deus (referido)","descricao":"Agente último do sofrimento na linguagem de Jó, seja como autor direto ou como permitido soberano, objeto da queixa."}]},"aplicacao_contemporanea":{"introducao":"Aplicações práticas para a vida cristã diante de sofrimento, comunidade e ministério de consolação.","pontos_aplicacao":["Reconhecer e validar a dor alheia sem apressar explicações teológicas simplistas.","Acolher o sofredor com presença e intercessão, lutando contra a humilhação pública.","Buscar mediadores e comunidades que acompanhem na busca por justiça e esperança."],"perguntas_reflexao":["Como respondemos pastoralmente a quem sofre injustamente sem oferecer explicações fáceis?","Em que áreas da vida experimentamos perda de força e necessidade de restauração?"]},"referencias_cruzadas":{"introducao":"Passagens bíblicas que ecoam temas de sofrimento, humilhação e busca por mediador.","referencias":[{"passagem":"Salmo 22:14-15","explicacao":"Imagem de fraqueza e desonra pública que ressoa com a linguagem visceral de Jó."},{"passagem":"Isaías 53:3","explicacao":"O servo sofredor é desprezado e experimenta dor, oferecendo uma leitura cristológica posterior sobre sofrimento redentor."},{"passagem":"Hebreus 4:15","explicacao":"A figura de Cristo como mediador compassivo que se identifica com o sofrimento humano aplica a necessidade de mediador apontada por Jó."}]},"simbologia_biblica":{"introducao":"Principais símbolos presentes no versículo e suas leituras teológicas.","simbolos":[{"simbolo":"Ferida","significado":"Marca da vulnerabilidade humana e da experiência concreta do mal."},{"simbolo":"Rosto massacado","significado":"Simboliza desonra social e ruptura da dignidade pessoal."},{"simbolo":"Perda de força","significado":"Esvaziamento físico e espiritual que chama por sustentação e esperança."}]},"interprete_luz_de_cristo":{"introducao":"Leitura cristocêntrica que vê em Jó uma antecipação do sofrimento redentor e da mediação reconciliadora.","conexao":"Jó aponta para a necessidade de um mediador e para a solidariedade divina no sofrimento; em Cristo essa mediação é plenamente realizada, oferecendo compaixão e esperança restauradora conforme autores como Nicodemus e R.C. Sproul interpretam."}}