← Jo 15:15

Explicação Bíblica

{"titulo_principal_e_texto_biblico":{"titulo":"Análise de Jó 15:15 (Elifaz)","texto":"Eis que o homem, por mais puro que seja, não confia; e os céus não são limpos para os seus olhos."},"contexto_detalhado":{"introducao":"Este versículo faz parte do segundo discurso de Elifaz no diálogo com Jó, confrontando a reivindicação de justiça de Jó.","contexto_literario_do_livro":"Jó é diálogo poético inserido numa estrutura narrativa maior, confrontando sofrimento, justiça divina e teodiceia.","contexto_historico_do_livro":"Tradição antiga possivelmente patriarcal; reflexões sobre sofrimento entre comunidades veterotestamentárias; data incerta entre século VII–IV a.C.","contexto_cultural_do_livro":"Cultura do antigo Oriente Próximo valorizava honra, retribuição divina e sabedoria proverbial, com julgamentos morais ligados à prosperidade.","contexto_geografico_do_livro":"A ação se passa na terra de Uz, região não identificada com precisão, fora do circuito israelita direto.","contexto_teologico_do_livro":"Explora soberania divina, justiça retributiva, integridade humana e mistério do sofrimento sem respostas simplistas.","contexto_literario_da_passagem":"Integrada ao terceiro ciclo de discursos, Elifaz acusa Jó de presunção e questiona a pureza humana ante Deus.","contexto_historico_da_passagem":"Reflete diálogo sapiencial que confronta confiança humana frente à transcendência divina, ecoando tradições sapienciais antigas.","contexto_cultural_da_passagem":"Uso de categorias de pureza e impureza moral/cerimonial para afirmar distância entre Deus e homem.","contexto_geografico_da_passagem":"Cenário dialógico num acampamento ou assembleia entre amigos, sem referência geográfica adicional.","contexto_teologico_da_passagem_anterior":"Versículos anteriores criticam a autodefesa de Jó e afirmam insuficiência humana para questionar Deus.","contexto_teologico_da_passagem_posterior":"Segue com Elifaz ampliando acusação: o homem é insignificante e Deus pune presumidos; prepara refutações subsequentes.","genero_literario":"Poesia sapiencial — discurso poisado com imagens metafóricas e perguntas retóricas.","autor_e_data":"Autor anônimo; composição complexa, provável compilação posterior à época patriarcal, data provável entre século VII–IV a.C.","audiencia_original":"Leitores/ouvintes interessados em sabedoria e teodiceia, possivelmente comunidades judaicas e gentílicas estudiosas da sabedoria.","proposito_principal":"Confrontar entendimentos simplistas sobre sofrimento e afirmar a transcendência e santidade de Deus frente à condição humana.","estrutura_e_esboco":"Discurso acusatório de Elifaz: questionamento da pureza humana, acusação de presunção e apelo à humildade diante de Deus.","palavras_chave_e_temas":"pureza humana, confiança (ou falta dela), santidade divina, incomparabilidade entre Deus e homem."},"analise_exegenetica":{"introducao":"Leitura volta-se ao léxico e construção teológica: contraste entre pureza humana e a visão divina.","analises":[{"verso":"Verso 15:15a — 'Eis que o homem, por mais puro que seja, não confia;' ","analise":"A expressão aponta limitação ontológica do homem; em hebraico a ideia é que mesmo o puro não sustenta confiança absoluta diante de Deus, sublinhando vulnerabilidade moral e epistemológica."},{"verso":"Verso 15:15b — 'e os céus não são limpos para os seus olhos.'","analise":"Imagem cosmológica: os céus impuros 'para os olhos' humanos enfatiza que a santidade e mistério divinos excedem a capacidade humana de avaliação ou juízo."}]},"teologia_da_passagem":{"introducao":"A teologia aqui afirma a distância ontológica entre Deus e homem e questiona confiança humana autossuficiente.","doutrinas":["Santidade e transcendência de Deus: Deus é moralmente e ontologicamente acima da compreensão humana.","Pecaminosidade e limitação humana: a pureza humana é relativa e insuficiente para confiar no próprio mérito.","Teodiceia e mistério: sofrimento e julgamento não se submetem a explicações humanas simplistas."]},"temas_principais":{"introducao":"Identificam-se temas centrais que orientam a interpretação prática e teológica.","temas":[{"tema":"Distância entre Deus e homem","descricao":"Enfatiza que a santidade divina excede qualquer pureza humana, impedindo juízo autoconfiante."},{"tema":"Limitação da confiança humana","descricao":"Mesmo o homem moralmente íntegro não pode alicerçar segurança absoluta em si mesmo."},{"tema":"Mistério divino","descricao":"Os céus 'não limpos' aos olhos humanos sugerem que o desígnio divino foge à completa compreensão."}]},"explicacao_do_versiculo":{"introducao":"Exposição concisa sobre significado lexical, contexto e implicações teológicas.","significado_profundo":"O versículo contrasta a pureza relativa do homem com a santidade absoluta de Deus, desestimulando confiança baseada em mérito humano e chamando à humildade teológica.","contexto_original":"Dentro do discurso de Elifaz, a fala procura desacreditar a posição de Jó, relembrando que qualquer avaliação humana é limitada diante da majestade divina.","palavras_chave":["homem (אָדָם) — condição humana limitada","puro — pureza relativa, não absoluta","céus — esfera divina e transcendência"],"interpretacao_teologica":"Teologicamente, o texto rejeita autoconfiança meritória e afirma que a correta postura diante de Deus é humildade, reconhecendo mistério e dependência, sem, contudo, resolver a tensão sobre justiça retributiva."},"personagens_principais":{"introducao":"Personagens implicados na dinâmica do versículo.","personagens":[{"nome":"Elifaz","descricao":"Amigo de Jó que fala em nome da sabedoria tradicional, acusando Jó de presunção e enfatizando a transcendente santidade de Deus."},{"nome":"Jó","descricao":"Sofredor que reivindica sua integridade; alvo da crítica de Elifaz quanto à confiança e interpretação da própria condição."}]},"aplicacao_contemporanea":{"introducao":"Aplicações práticas consideram humildade, dependência e cuidado pastoral diante do sofrimento.","pontos_aplicacao":["Evitar confiança em méritos próprios; cultivar dependência humilde de Deus.","Ser cauteloso ao explicar sofrimento alheio como simples retribuição.","Promover empatia pastoral sabendo que a compreensão humana é limitada."],"perguntas_reflexao":["Em que áreas confio em minhas próprias virtudes em vez de depender de Deus?","Como respondo pastoralmente a quem sofre sem oferecer explicações simplistas?"]},"referencias_cruzadas":{"introducao":"Textos que dialogam com a tensão entre santidade divina e limitação humana.","referencias":[{"passagem":"Isaías 6:5","explicacao":"Visão da santidade divina que provoca reconhecimento da impureza humana e chamado à humildade."},{"passagem":"Salmo 53:3","explicacao":"Afirma a insuficiência humana diante de Deus, ecoando a incapacidade de autojustificação."},{"passagem":"Romanos 3:10-12","explicacao":"Paulo cita a incapacidade humana para justiça própria, consonante com a limitação expressa em Jó."}]},"simbologia_biblica":{"introducao":"Sinais e imagens usadas no versículo carregam sentido teológico e moral.","simbolos":[{"simbolo":"céus","significado":"Representa transcendência, santidade e mistério da esfera divina, inalcançável ao juízo humano."},{"simbolo":"pureza do homem","significado":"Simboliza integridade relativa, insuficiente para garantir confiança autônoma diante de Deus."}]},"interprete_luz_de_cristo":{"introducao":"Leitura cristológica honra continuidade e cumulação das Escrituras ao avaliar limites humanos.","conexao":"Em Cristo a tensão é respondida: Ele revela a santidade de Deus e oferece mediação que não se baseia no mérito humano, convidando à humildade e confiança sustentada pela graça."}}