Explicação Bíblica
Versículo 47: Texto do versículo 47 de jeremias 47.
{"titulo_principal_e_texto_biblico":{"titulo":"Jeremias 47:4-7 — Oráculo contra os filisteus","texto":"4 Por causa do dia que vem para destruir toda a terra dos filisteus e para cortar de Tiro e de Sidom todo o socorro que resta; porque o rei da Babilônia subirá contra vós, ó resto dos filisteus. 5 A calvície cobrirá Gaza, até Ascalom será cortada a porção do vale; como tendes brilhado! 6 O clamor passa; feri-las-ei, diz o Senhor; acharei quem as vencerá. Varrei o mais tresloucado e o último; e os que ficaram perecerão, diz o Senhor. 7 Não haverá mais, diz o Senhor, choro em Asdode, nem lamentação em Ecrom; porquanto a voz de lamento, a voz de clamor, a voz do oidor e o som do aríete ouvir-se-á no cabo do mar."},"contexto_detalhado":{"introducao":"O texto é um oráculo profético contra as cidades filisteias, inserido no conjunto dos oráculos contra as nações, pronunciado por Jeremias antes do ataque egípcio a Gaza e em face da ascensão babilônica.","contexto_literario_do_livro":"Jeremias combina profecia e narrativa histórica; o livro alterna exortações ao povo de Judá e oráculos contra nações vizinhas, mostrando a consciência profética da soberania de Deus sobre nações.","contexto_historico_do_livro":"Produzido nos séculos finais do reino de Judá (século VII–VI a.C.), durante crises políticas entre Egito e Babilônia e no avanço babilônico liderado por Nabucodonosor.","contexto_cultural_do_livro":"A situação reflete diplomacias regionais, cultos locais e a presença de povos do mar; os filisteus eram um povo costeiro com centros em Gaza, Ascalom, Asdode e Ecrom.","contexto_geografico_do_livro":"A ação situa-se no litoral sul da Palestina e nas cidades fenícias (Tiro e Sidom), com referência ao 'norte' como trajeto das forças invasoras.","contexto_teologico_do_livro":"Tema central: Deus exerce juízo por infidelidade e reordena a história; profecia combina advertência e esperança remanescente.","contexto_literario_da_passagem":"Esta unidade integra os 'oráculos contra as nações' — uma forma concisa de anúncio de juízo com imagens apocalípticas e linguagem de assédio militar.","contexto_historico_da_passagem":"Refere-se ao tempo das campanhas de Nabucodonosor e às repercussões das lutas entre Egito e Babilônia, que afetaram as cidades filisteias como zonas de conflito.","contexto_cultural_da_passagem":"As imagens usadas (calvície, choro, aríete) dialogam com práticas do Mediterrâneo antigo de representações de derrota e luto público.","contexto_geografico_da_passagem":"Cita cidades costeiras: Gaza, Ascalom, Asdode, Ecrom e menciona Tiro e Sidom como fontes externas de auxílio agora cortadas.","contexto_teologico_da_passagem_anterior":"Os oráculos anteriores enfatizam que nenhum poder humano escapa ao julgamento divino e destacam a dependência idolátrica das nações.","contexto_teologico_da_passagem_posterior":"Os textos seguintes reiteram a universalidade do juízo de Deus e apontam para consequências permanentes para as nações rebeldes.","genero_literario":"Oráculo profético poético, com imagens simbólicas e linguagem de anúncio de juízo.","autor_e_data":"Atribuído a Jeremias; composição e edição final no período do exílio (século VI a.C.), embora grande parte seja contemporânea às profecias.","audiencia_original":"Pessoas de Judá familiarizadas com os eventos regionais e, secundariamente, as próprias nações vizinhas afetadas pela mensagem.","proposito_principal":"Anunciar o julgamento divino sobre as cidades filisteias, demonstrando a soberania de Deus sobre impérios e advertindo contra confiar em alianças humanas.","estrutura_e_esboco":"Breve introdução histórica seguida por imagens de inundação/arrasamento, descrição das cidades atingidas e encerramento com a imagem do silêncio do lamento.","palavras_chave_e_temas":"Juízo, soberania divina, destruição militar, luto público, fim do auxílio estrangeiro."},"analise_exegenetica":{"introducao":"A análise foca as principais unidades verbais e imagens, considerando léxico hebraico, sintaxe e contexto histórico-literário.","analises":[{"verso":"v.4","analise":"O versículo liga o juízo sobre os filisteus ao avanço babilônico; 'cortar de Tiro e Sidom todo socorro' indica o fim de alianças e recursos externos. A expressão 'rei da Babilônia' referencia o agente histórico do juízo, mostrando como Deus emprega impérios na sua ação histórica."},{"verso":"v.5","analise":"A 'calvície' é metáfora de devastação (em hebraico 'gālût' ou imagem de luto/desnudez), aplicada a Gaza e Ascalom; o tom irônico em 'como tendes brilhado' denuncia a futilidade da confiança em poder local."},{"verso":"v.7","analise":"A lista de vozes (lamento, clamor, oidor, som do aríete) reúne termos litúrgicos e militares; o 'cabo do mar' enfatiza a extensão costeira do desastre e demarca a totalidade do silêncio após o ataque."}]},"teologia_da_passagem":{"introducao":"A passagem revela verdades teológicas sobre o caráter de Deus e sua relação com as nações.","doutrinas":["Soberania de Deus sobre a história: Deus dirige impérios para realizar seus propósitos de juízo.","Justiça divina: o juízo é resposta moral a práticas idólatras e injustas.","Universalidade do senhorio: nem as nações costeiras, nem alianças humanas escapam à autoridade divina."]},"temas_principais":{"introducao":"Temas centrais demonstram tensão entre poder humano e juízo divino.","temas":[{"tema":"Juízo sobre as nações","descricao":"Deus anuncia consequência histórica para povos que participam do sistema de violência e idolatria."},{"tema":"Soberania providencial","descricao":"Deus usa forças históricas (Babilônia) como instrumento de sua vontade soberana."},{"tema":"Colapso das seguranças humanas","descricao":"Alianças e centros de poder (Tiro, Sidom, cidades filisteias) não oferecem salvação diante do juízo divino."}]},"explicacao_do_versiculo":{"introducao":"O versículo anuncia a ação punitiva de Deus examinada em seu contexto histórico e teológico.","significado_profundo":"Trata-se de uma proclamação de fim: a combinação da intervenção imperial e do julgamento divino trará destruição e encerramento das estruturas locais de poder.","contexto_original":"Dirigido aos habitantes das cidades filisteias numa época de conflito Egito-Babilônia; o profeta interpreta eventos políticos como expressão da justiça divina.","palavras_chave":["juízo","calvície","rei da Babilônia"],"interpretacao_teologica":"O texto afirma que Deus é o ator último da história, sancionando que toda segurança fundada em poder humano e alianças poderá ser revogada; chama ao reconhecimento da soberania divina e à reflexão moral sobre confiar em forças pagãs."},"personagens_principais":{"introducao":"A unidade profética apresenta atores humanos e a ação divina.","personagens":[{"nome":"Jeremias","descricao":"Profeta-mensageiro que anuncia o juízo de Deus sobre as nações com autoridade profética."},{"nome":"Filisteus (Gaza, Ascalom, Asdode, Ecrom)","descricao":"Cidades costeiras alvo do juízo, representando um sistema político-cultural dependente de astúcias e alianças."},{"nome":"Rei da Babilônia","descricao":"Agente histórico usado por Deus para executar o juízo anunciado; figura representativa do poder imperial."}]},"aplicacao_contemporanea":{"introducao":"A passagem convoca reflexão ética e espiritual aplicada hoje sem perder a dimensão histórica original.","pontos_aplicacao":["Questionar confianças humanas: líderes, alianças e tecnologias não constituem segurança última.","Reconhecer a responsabilidade moral das nações: políticas e práticas injustas têm consequências coletivas.","Confiar na soberania de Deus ao enfrentar crises, sem relativizar a urgência do arrependimento."],"perguntas_reflexao":["Em que estruturas culturais ou políticas eu deposito minha segurança?","Como a comunidade cristã deve responder à injustiça sistêmica inspirada por interesses nacionais?","De que modo o juízo anunciado no AT nos impulsiona à compaixão e ao arrependimento?"]},"referencias_cruzadas":{"introducao":"Textos afins iluminarão temas de juízo nacional e uso de potências como instrumentos divinos.","referencias":[{"passagem":"Ezequiel 25:15-17","explicacao":"Oráculo contra os filisteus que reforça a ideia de punição divina por violência e traz promessa de restituição futura."},{"passagem":"Sofonias 2:4-7","explicacao":"Profecia sobre a degradação das cidades filisteias e a restauração do temor do Senhor entre os povos vizinhos."},{"passagem":"Jeremias 25:9","explicacao":"Anúncio do juízo por meio de Babilônia, confirmando o papel do império como instrumento no ministério de Jeremias."}]},"simbologia_biblica":{"introducao":"Imagens e símbolos concisamente apontam para realidade militar e litúrgica do juízo.","simbolos":[{"simbolo":"Águas que sobem do norte","significado":"Metáfora apocalíptica para a investida militar vindo do norte, frequentemente associada a potências invasoras."},{"simbolo":"Calvície","significado":"Símbolo de desonra, luto e devastação sobre a cidade atingida."},{"simbolo":"Som do aríete","significado":"Imagem de cerco e destruição, denotando eficácia militar e colapso das defesas."}]},"interprete_luz_de_cristo":{"introducao":"Ler o juízo do AT à luz de Cristo oferece pistas pastorais e cristológicas sem anular o sentido histórico.","conexao":"Em Cristo, a justiça de Deus se manifesta de forma redentora: o juízo alerta para a conversão e aponta para a necessidade de reconciliação, enquanto o evangelho oferece restauração onde havia condenação."}}