Explicação Bíblica
Versículo 36: Texto do versículo 36 de genesis 36.
{"titulo_principal_e_texto_biblico":{"titulo":"Gênesis 36:36 — Eira, chefe em Edom","texto":"Eira, um dos servos de Hadade, foi chefe em Edom; e o nome da sua cidade era Dinhaba. (Gênesis 36:36, versão em Português Brasileiro)"},"contexto_detalhado":{"introducao":"O verso integra a genealogia e lista de chefes de Esaú (Edom) em Gênesis 36, que traça a formação das tribos edomitas após a separação de Abraão e Isaque. O trecho funciona como notice histórica e etnográfica, não como narrativa teológica dramática.","contexto_literario_do_livro":"Gênesis combina narrativas patriarcais e listas genealógicas; os capítulos 25–36 registram nascimentos, conflitos e descentes que estabelecem as nações. Estudos como NICOT e WBC veem essas listas como conclusões redacionais que ligam Israel a seus vizinhos.","contexto_historico_do_livro":"Composição final do Pentateuco situa-se após o exílio, embora preserve tradições muito mais antigas; as genealogias refletem memórias tribais e relações internacionais no antigo Oriente Próximo. Autores como F.F. Bruce e R.C. Sproul reconhecem camadas históricas e teológicas.","contexto_cultural_do_livro":"Listagens de chefes e cidades eram formas correntes na antiguidade para legitimar posse territorial e relações de poder. Martyn Lloyd-Jones e historiadores do campo destacam a função social dessas listas para identidade coletiva.","contexto_geografico_do_livro":"Edom localiza-se ao sul e sudeste de Judá, entre o deserto do Negev e os montes do Áqaba; Dinhaba situava-se nesse espaço montanhoso. Conhecimento geográfico ajuda a entender deslocamentos e economia pastoril da região.","contexto_teologico_do_livro":"Gênesis apresenta a obra divina na história das nações e na promessa a Abraão; genealogias sublinham soberania de Deus sobre povos. John Stott e Hernandes Dias Lopes ressaltam a fidelidade divina que transparece mesmo em textos genealógicos.","contexto_literario_da_passagem":"O bloco de Gênesis 36 lista líderes e cidades de Edom em forma de catálogo, funcionando como apêndice étnico. A sequência ajuda a fechar a narrativa de Esaú e a preparar a transição para as histórias posteriores.","contexto_historico_da_passagem":"Provavelmente preserva tradições locais e registros de chefias usadas para reivindicar prestígio regional; editors modernos (NICOT/WBC) veem sinais de atualização pós-exílica. Essas notas refletem memórias políticas mais que biografias detalhadas.","contexto_cultural_da_passagem":"Nomeação de 'chefes' e cidades legitima linhagens e autoridades locais; servos de um príncipe podem ter status elevado. A prática confirma relações clientelares típicas do mundo antigo.","contexto_geografico_da_passagem":"A menção de Dinhaba ancorava uma identidade territorial concreta para leitores familiarizados com o sul da Jordânia. A toponímia ajuda a mapear assentamentos edomitas e rotas comerciais.","contexto_teologico_da_passagem_anterior":"Os versículos anteriores consolidam genealogias de Esaú e situam Edom como nação estabelecida, ressaltando a continuidade histórica. A teologia ali é implícita: a diversidade de nações está sob providência divina.","contexto_teologico_da_passagem_posterior":"Passagens subsequentes (listas de reis e chefes) completam o quadro político de Edom; o texto não faz juízo moral direto, mas contribui ao panorama profético futuro sobre Edom. Obadias e outros profetas depois irão tratar do destino moral de Edom.","genero_literario":"Genealógico/registro etnográfico; lista histórica de chefes e toponímia. Trata-se de literatura informativa com função identitária.","autor_e_data":"Tradição atribui a Moisés a compilação do Pentateuco; crítica moderna aponta a redação final em período pós-exílico, incorporando tradições mais antigas. Comentadores como Craig Keener destacam a complexidade da formação editorial.","audiencia_original":"Comunidades israelitas interessadas em origem das nações vizinhas e sua própria identidade pós-exílica. Leitores locais reconheciam nomes e usos políticos regionais.","proposito_principal":"Documentar filiação e chefia de Edom para situar relações étnicas e territoriais; servir como registro genealógico e histórico. Também legitima memória coletiva de vizinhos de Israel.","estrutura_e_esboco":"Parte das listas de Gênesis 36 que alternam nomes de príncipes e cidades: introdução, listas de generações, listas de reis e chefias. Cada versículo funciona como entrada nominal dentro do catálogo.","palavras_chave_e_temas":"Palavras-chave: 'servo/auxiliar', 'chefe', 'cidade/Dinhaba', 'Edom'. Temas: identidade étnica, autoridade local, memória histórica."},"analise_exegenetica":{"introducao":"A exegese considera léxico hebraico, sintaxe da lista e função sociopolítica do termo 'chefe' (rôʾš/naqîd). Fontes críticas e patrísticas são consultadas para entender função do verso.","analises":[{"verso":"Gênesis 36:36","analise":"O hebraico indica que Eira era 'aḥar' ou servo/servo de Hadade, mas elevado a 'rōʾš' (chefe), termo que aponta autoridade tribal; Dinhaba como toponímia fixa sua sede. Comentários do WBC e NICOT notam que tais entradas legitimizam chefias locais sem intenção narrativa expandida."}]},"teologia_da_passagem":{"introducao":"Teologicamente, o verso revela como Deus governa por meio de estruturas humanas e preserva memória de povos vizinhos. Não há doutrina cristológica direta, mas há implicações sobre providência e história.","doutrinas":["Providência divina sobre a formação de nações e líderes.","Identidade coletiva e memória como instrumentos de propósito histórico.","Soberania de Deus manifesta na diversidade étnica e política."]},"temas_principais":{"introducao":"A passagem aponta principalmente para liderança, identidade e legitimação territorial. Esses temas têm ressonância social e teológica.","temas":[{"tema":"Liderança local","descricao":"A designação de Eira como chefe indica estruturas políticas e hierarquias tribais na Edom."},{"tema":"Identidade étnica","descricao":"A toponímia e as listas consolidam a memória coletiva de uma população distinta."},{"tema":"Memória histórica","descricao":"Registros genealógicos funcionam como arquivos de legitimidade social e territorial."}]},"explicacao_do_versiculo":{"introducao":"O versículo registra um líder local de Edom e sua cidade, servindo como microficha etnográfica dentro do cânon. A explicação combina análise lexical, contexto social e implicações teológicas.","significado_profundo":"Atribuir a um 'servo' o título de 'chefe' revela dinâmicas de mobilidade social e clientelismo no mundo antigo; o texto legitima uma autoridade regional preservando seu nome na tradição. Assim, o versículo mostra como Deus permite que histórias locais se entrelacem ao propósito maior da história sagrada.","contexto_original":"Num contexto pós-patriarcal, comunidades preservavam nomes de líderes para afirmar direitos sobre terras e memória; leitores antigos entenderiam Dinhaba como marcador geográfico e político. O registro provavelmente teve uso administrativo e simbólico para públicos interessados nas relações interétnicas.","palavras_chave":["chefe","servo","Dinhaba"],"interpretacao_teologica":"Teologicamente, o verso não visa ensinar doutrina ética direta, mas reforça a ideia de que a história humana, inclusive lideranças seculares, é recortada e preservada na providência divina. A presença de tais registros no cânon convida à humildade diante da diversidade política que Deus governa."},"personagens_principais":{"introducao":"A passagem menciona figuras e títulos que representam estruturas de poder em Edom. Cada personagem ou entidade carrega função sociopolítica.","personagens":[{"nome":"Eira","descricao":"Servo de Hadade elevado a chefe; figura típica de liderança local mencionada para legitimar uma linhagem ou autoridade."},{"nome":"Hadade","descricao":"Príncipe ou figura central em cuja casa servia Eira; nome funciona como referência patronímica para status social."},{"nome":"Dinhaba","descricao":"Cidade associada a Eira, atuando como selo geográfico que ancorava a autoridade do chefe."}]},"aplicacao_contemporanea":{"introducao":"Aplicações práticas envolvem reflexão sobre autoridade, memória coletiva e reconhecimento de vizinhos na missão cristã. A igreja pode aprender com a preservação respeitosa da história alheia.","pontos_aplicacao":["Valorizar registros históricos e narrativas locais como parte do testemunho comunitário.","Reconhecer que liderança pode surgir de posições humildes e deve ser avaliada com responsabilidade.","Promover reconciliação e entendimento com sociedades vizinhas, respeitando sua identidade."],"perguntas_reflexao":["Como honramos memórias e histórias de comunidades vizinhas sem apropriação indevida?","Que critérios bíblicos aplicamos ao reconhecer líderes emergentes em nossa comunidade?","De que modo a providência divina aparece nas pequenas histórias locais de nossa região?"]},"referencias_cruzadas":{"introducao":"Passagens relacionadas ajudam a contextualizar Edom, suas lideranças e seu destino profético. Seleciono referências que iluminam tanto genealogia quanto julgamento e relação com Israel.","referencias":[{"passagem":"Gênesis 36:1–8","explicacao":"Contexto imediato que estabelece Esaú e a consolidação de Edom; útil para entender a série de chefias onde Eira se insere."},{"passagem":"Obadias 1:1–21","explicacao":"Profecia contra Edom que trata do orgulho e do juízo nacional; oferece contraste entre registro genealógico e avaliação moral profética."},{"passagem":"1 Crônicas 1:35–54","explicacao":"Outra lista genealógica que repete material semelhante, confirmando a circulação destas tradições em Israel e Judá."}]},"simbologia_biblica":{"introducao":"Símbolos na passagem são pragmáticos, revelando poder, lugar e posição social mais do que figuras teológicas abstratas. Eles carregam lições simbólicas sobre liderança e memória.","simbolos":[{"simbolo":"Chefe","significado":"Autoridade local e responsabilidade social, símbolo de ordem tribal e legitimidade."},{"simbolo":"Servo","significado":"Mobilidade social possível e relações clientelares; lembra que posições podem surgir de serviço."},{"simbolo":"Cidade (Dinhaba)","significado":"Base territorial que confere identidade coletiva e permanência histórica."}]},"interprete_luz_de_cristo":{"introducao":"Ler o verso à luz de Cristo amplia a compreensão sobre liderança servil e sobre a inclusão das nações no plano redentor. Cristo reinterpreta chefia como serviço sacrificial.","conexao":"Enquanto Gênesis registra chefes humanos e suas cidades, o Evangelho apresenta Jesus como o servo que é o verdadeiro chefe pelo amor sacrificial; assim, a história de povos como Edom aponta para a necessidade de redenção universal e reconciliação entre nações."}}