Explicação Bíblica
Versículo 21: Texto do versículo 21 de Números 21.
{"titulo_principal_e_texto_biblico":{"titulo":"Números 21:21 — Pedido de passagem pelo território de Eom","texto":"Então Israel enviou mensageiros ao rei de Eom, dizendo: “Permite que passemos pelo teu país; apenas pela estrada; não nos desviemos nem para o campo, nem para a vinha; não beberemos das águas das cisternas; seguiremos a estrada até termos passado pelo teu país.”"},"contexto_detalhado":{"introducao":"O verso registra a tentativa diplomática de Israel para transitar pacificamente rumo à Terra Prometida; é ponto de articulação entre migração e conflito armado.","contexto_literario_do_livro":"Números narra a formação da comunidade no deserto, registros censitários e as etapas da jornada até Canaã, mesclando legislação, história e narrativas de viagem.","contexto_historico_do_livro":"Compõe-se de tradições israelitas preservadas por autores pós-exílicos; reflete memórias da peregrinação do êxodo e das lutas pela posse da terra entre tribos e povos cananeus.","contexto_cultural_do_livro":"A negociação por passagem revela normas de honra e segurança entre povos antigos; rotas, cisternas e vinhas eram recursos estratégicos e sinal de soberania territorial.","contexto_geografico_do_livro":"A cena situa‑se a leste do Jordão, na região de Eom/Amorreia (Hesbom), corredor obrigatório para Israelir viagem ao oeste e ao sul de Canaã.","contexto_teologico_do_livro":"O livro enfatiza a fidelidade de Deus às promessas e as consequências da desobediência, mostrando Deus guiando e julgando na jornada rumo à herança prometida.","contexto_literario_da_passagem":"Verso introdutório a um episódio de negociação que culmina em conflito; funciona como preparação narrativa para o confronto com o rei de Eom (Sicrom) e a subsequente vitória de Israel.","contexto_historico_da_passagem":"Reflete práticas reais de trânsito entre povos vizinhos e episódios militares datados da entrada de Israel na região de Transjordânia; preserva memória de confrontos por controle territorial.","contexto_cultural_da_passagem":"O pedido expõe normas sociais: transitar 'pela estrada' e evitar cultivos alheios era forma de respeito e garantia contra apropriação indevida de recursos.","contexto_geografico_da_passagem":"A estrada mencionada era rota comercial e militar; o controle de cisternas e terras agrícolas determinava o domínio local e a viabilidade da passagem.","contexto_teologico_da_passagem_anterior":"Os eventos incluem queixas e castigos no deserto; anteriormente Deus provê e disciplina, moldando a identidade do povo em preparação para posse da terra.","contexto_teologico_da_passagem_posterior":"A recusa do rei e o confronto subsequente resultam em vitória e tomada de território, interpretados teologicamente como cumprimento da promessa e juízo sobre os inimigos.","genero_literario":"Narrativa histórica com elementos de crônica e teologia da história.","autor_e_data":"Tradicionalmente atribuído a Moisés com edições posteriores; composição final provavelmente durante o período pós‑exílico (6º‑5º século a.C.).","audiencia_original":"Comunidade israelita pós‑êxodo e posterior coletividade judaica, com interesse em justificar possessão territorial e identidade religiosa.","proposito_principal":"Registrar a transição de Israel rumo à terra prometida, justificando conquistas como atos de Deus e exemplificando práticas éticas em trânsito e guerra.","estrutura_e_esboco":"Pedido de passagem (v.21), recusa e batalha (v.22‑35), consequência da vitória e posse (capítulo continua), seguindo padrão de negociação‑conflito‑vitória.","palavras_chave_e_temas":"Palavras-chave: passagem, estrada, cisternas; temas: negociação diplomática, soberania territorial, providência divina."},"analise_exegenetica":{"introducao":"A análise exegética focaliza o pedido formulado por Israel, seu vocabulário diplomático e implicações legais e teológicas no contexto antigo.","analises":[{"verso":"Números 21:21","analise":"O pedido enfatiza limitada passagem 'pela estrada' e respeito por propriedades alheias; termos refletem preocupação com recursos (cisternas, vinhas) e a intenção de não integrar‑se ao espaço do anfitrião, apontando para uma tentativa de evitar conflito e violar normas de direito de passagem."},{"verso":"Vocabulado e tática diplomática","analise":"A linguagem é formulação diplomática convencional: promessas de não exploração e garantia de trânsito seguro; exegese lexical aponta que 'estrada' simboliza trajeto legítimo e protegido, enquanto 'não beberemos das águas' assegura não‑espoliação de recursos vitais."},{"verso":"Implicação teológica","analise":"O gesto revela que Israel não desejava mera conquista por passagem, mas reconhecimento do seu itinerário providencial; a recusa do rei expõe hostilidade que abre espaço à intervenção divina nas subsequentes vitórias."}]},"teologia_da_passagem":{"introducao":"Teologicamente, o verso articula confiança providencial e ética comunitária diante de territórios alheios, preparando o terreno para julgamentos posteriores.","doutrinas":["Soberania divina na história e condução do povo.","Justiça na guerra e limites éticos do conflito.","Providência na manutenção do povo rumo à promessa."]},"temas_principais":{"introducao":"Destacam-se temas de negociação, ética em trânsito e a dinâmica entre intenção humana e desígnio divino.","temas":[{"tema":"Negociação e respeito interpessoal","descricao":"O pedido ilustra normas de convivência entre povos, evitando apropriação de recursos e buscando trânsito pacífico."},{"tema":"Recursos e soberania territorial","descricao":"Cisternas, vinhas e estradas simbolizam controle econômico e político sobre o território."},{"tema":"Providência versus conflito humano","descricao":"A tentativa diplomática é interpretada dentro do propósito divino de conduzir Israel, ainda que humanos recusem cooperação, gerando conflito."}]},"explicacao_do_versiculo":{"introducao":"O versículo descreve um pedido consciente e controlado de passagem de Israel, expondo intenções e limites propostos ao hospedeiro.","significado_profundo":"Além de pedido de trânsito, o texto revela a preocupação ética de Israel em não explorar recursos alheios e a tentativa de resolver pacificamente potenciais conflitos de posse.","contexto_original":"Num contexto onde rotas e fontes de água definem sobrevivência e poder, pedir passagem formalmente evitava mal‑entendidos e podia preservar relações pacíficas entre comunidades nômades e sedentárias.","palavras_chave":["passagem/permita","estrada","cisternas"],"interpretacao_teologica":"Teologicamente, a ação de Israel mostra obediência prática às normas comunitárias e confiança na direção divina; a recusa posterior caracteriza a oposição humana que possibilita a intervenção de Deus para cumprir promessas."},"personagens_principais":{"introducao":"Três agentes aparecem implicitamente: a comunidade israelita, seus mensageiros e o rei de Eom.","personagens":[{"nome":"Israel (comunidade)","descricao":"Comunidade em trânsito que busca cumprir promessa divina e prefere solução pacífica antes de recorrer à força."},{"nome":"Mensageiros de Israel","descricao":"Representantes diplomáticos que formulam o pedido com termos conciliatórios para evitar apropriação e conflito."},{"nome":"Rei de Eom (o governante local)","descricao":"Soberano da região que detém controle sobre vias e recursos; sua resposta posterior revelará hostilidade ou temor diante de Israel."}]},"aplicacao_contemporanea":{"introducao":"A passagem convoca reflexão sobre ética nas relações intergrupais, busca por diálogo e gestão de recursos comuns.","pontos_aplicacao":["Priorizar negociação e respeito ao solicitar acesso a espaços alheios, evitando exploração de recursos.","Reconhecer que procedimentos justos e claros reduzem conflitos e manifestam testemunho ético comunitário.","Confiar na orientação divina ao enfrentar recusa humana, mantendo integridade antes de agir."],"perguntas_reflexao":["Como buscamos passagem respeitosa e justa nas relações pessoais e comunitárias hoje?","Quais recursos atuais exigem sensibilidade ética semelhante às cisternas e vinhas do texto?","De que modo confiamos em Deus quando nosso intento pacífico é recusado?"]},"referencias_cruzadas":{"introducao":"Passagens conexas iluminam o desenvolvimento da narrativa e sua interpretação teológica em tradição bíblica.","referencias":[{"passagem":"Deuteronômio 2:24‑37","explicacao":"Relato paralelo da confrontação com o rei de Eom/Sicrom, explicando resultados e a justificativa teológica para a conquista."},{"passagem":"Josué 12:2","explicacao":"Lista das derrotas de reis transjordânicos, confirmando memória histórica da vitória sobre Eom e outros reinos."},{"passagem":"Salmos 78:55","explicacao":"Salmo que refere‑se ao estabelecimento de Israel nas terras conquistadas, vinculando vitória histórica à ação de Deus."}]},"simbologia_biblica":{"introducao":"Símbolos do verso carregam sentidos práticos e espirituais na narrativa bíblica.","simbolos":[{"simbolo":"Estrada","significado":"Caminho legítimo e orientado para o destino divino; representa trajetória comunitária sob direção de Deus."},{"simbolo":"Cisternas","significado":"Meios de sustento e controle econômico; simbolizam recursos vitais cuja proteção gera conflitos e responsabilidade ética."},{"simbolo":"Pedido de passagem","significado":"Atitude de humildade e respeito interétnico que demonstra responsabilidade social antes de recurso à força."}]},"interprete_luz_de_cristo":{"introducao":"À luz de Cristo, o versículo aponta para princípios de paz, respeito e confiança em Deus mesmo diante de hostilidade.","conexao":"Jesus, como Rei que trouxe um novo caminho, enfatiza o caminho da reconciliação e do respeito ao próximo; a tentativa pacífica de Israel antecipa o chamado cristão para buscar justiça e paz antes de recorrer ao conflito, confiando na providência divina."}}